sábado, 25 de setembro de 2010

A mesma dúvida de sempre...


     Ah! Antes de começar, eu esqueci de falar! Durante o final de semana com o Neil em Madri também fomos visitar uma cidade vizinha muito  legal, chamada Toledo, conhecida por suas casas de doces. Sim, comemos muito. Hehehehe.

Continuando....
    De volta ao ponto zero. A dúvida era sempre a mesma: voltar para Granada ou seguir viagem. É, pra quem já leu os outros dias de viagem acho que já da pra saber como eu estava levando aquela viagem, e lógico, não ia ser dessa vez que eu ia mudar de idéia.               Nessa altura do campeonato, pelos meus cálculos, eu deveria ter uns 180 euros, o que nas minhas contas era o suficiente para viajar para San Sebastian de ônibus, passar uns 3 dias por lá, pegar um ônibus de volta para Granada e sobrar uns 80 euros ou até 100. Para entenderem um pouco mais dos trajetos que fiz, fica ai um mapa.
                               

     Já que eu tinha onde ficar por lá. Decidido, compro a passagem de ida, afinal de contas nunca se sabe o que vai acontecer por lá, e volto para o albergue para me despedir do pessoal. Eu partiria tarde da noite. Então antes de sair resolvi fazer uma ligação para minha mãe no Brasil e contar as novidades. Eu todo empolgado dizendo que ia conhecer o País Basco, e ela fala: olha que legal, é lá que o Carneiro mora.  E foi só aí que a ficha caiu. Carneiro é um amigo de muito anos da minha mãe que eu conheço desde criancinha.       Ele tem uma fábrica de pranchas de surf na Guarda do Embau, no Brasil, mas como é filho de espanhola e tem cidadania ele divide o tempo entre Espanha e Brasil. Vive do verão. Verão aqui verão lá, e assim por diante. O problema é que morar no País Basco é uma coisa, agora especificamente na cidadezinha de San Sebastian é outra completamente diferente. Combinamos o seguinte: já que eu já tinha onde ficar no primeiro dia, eu iria rumar para lá, enquanto isso no Brasil ela iria correr atrás de conseguir o telefone do Carneiro, e assim que conseguisse me mandaria via e-mail.
        Eu chegaria na cidade tipo 5 da manhã, mas como naquela noite nos Estados Unidos era dia das bruxas (data muito comemorada) e meus amigos eram americanos, eles estariam numa festa de dia das bruxas. Então de duas uma: ou eles estariam ainda na festa ou estariam mortos dormindo.  O que eu tinha imaginado era: quando chegar lá, fico na rodoviária até umas nove da manhã e então ligo pra eles. É, numa viagem nem tudo sai sempre como planejamos. Chegando lá a rodoviária não era bem uma rodoviária, não tinha se quer um lugar coberto, era praticamente um ponto de ônibus no meio de um lugar mal iluminado. Mudança de planos. Como já tinham me falado que a cidade era pequena, resolvi que iria tentar descobrir onde era a boate que eles estavam e esperar na frente para arriscar de encontrar eles.
   Tive sorte que assim que sai do ônibus encontrei um turista bêbado procurando a estação de ônibus, acredito que fazendo o caminho contrário do meu, então estava com um mapa na mão, o qual me deu de presente.
    Segundo eles a cidade era formada de duas praias, uma que era uma baía e água calma e outra de mar aberto onde rolavam as ondas para surfar. Como eles me disseram que a boate ficava na beira-mar da Praia da Concha, mais ou menos no meio da sua extensão, eu com um mapa na mão fui em frente.
Este é um mapa da cidade:
                              

      O ponto A é mais ou menos onde fica a rodoviária, e o ponto B é onde eu imaginava que era a boate. Acertei, a boate era ali mesmo, mas isso em si não resolvia nada, eu precisava encontrar os meus amigos. Fiquei rondando pela frente do lugar até umas 7 e meia da manhã, e nada. Saíram várias pessoas lá de dentro e nada de sairem eles, até que as tiazinhas começaram a fechar o lugar e eu desisti. E agora o que fazer, é cedo para ligar para eles, cedo pra ligar para minha mãe no Brasil, não tinha encontrado nenhum cyber-café já aberto, e foi aí que tive a “brilhante” idéia: a única coisa que não estava cedo era para surfar. Resolvi que caminharia até a praia do mar aberto, e iria procurar pelo Carneiro, afinal de contas, se teoricamente a praia da cidade em que todos surfavam era aquela, nesse horário ele deveria estar por lá. E foi o que eu fiz.
Esse foi o meu trajeto:

                     
  
     Sentei na areia e nada do Carneiro, esperei, esperei e nada. De repente mais uma grande idéia: uma cidade daquele tamanho não pode ter muitas fábricas de prancha, né?
       Me levantei e voltei para beira-mar a procura de lojas de surf, onde me informariam onde era a fábrica. Aquele realmente parecia não ser o meu dia de sorte. Estavam todas fechadas as lojas, mas teve uma que me chamou atenção. Apesar de fechada ela tinha na vitrine várias pranchas da mesma marca, e uma marca que eu não conhecia, ou seja: poderia ser uma marca local. Segundo a plaquinha a loja abriria as 11 horas, e como ainda eram umas 9 lá vai eu de volta ficar de olheiro na praia pra tentar encontrar o Carneiro.         Uma hora passa e nada, duas horas passam e nada, até que finalmente chega as tão esperadas 11 horas.
     Chegando na loja a vendedora perguntou como de praxe: posso te ajudar (Em espanhol. Claro que não lembro exatamente como foi, mas deu para pressupor que foi mais ou menos esse o significado). E eu respondi: eu espero que sim, eu estou procurando um amigo meu que não vejo há anos, ele é brasileiro e trabalha numa fábrica de pranchas. Ela perguntou: mas qual o nome dele? Eu respondi: então o nome dele mesmo eu não lembro, mas o apelido dele é Carneiro. O dia começou a mudar e ela respondeu: sim, ele trabalha para nós, hehehehehe. Demais! Consegui encontrar ele mesmo sem receber o e-mail. Ela chama o dono da loja, me apresenta para ele, explica a situação e o cara começa a ligar pro celular do Carneiro, que não atende. O chefe imaginou que ele deveria estar surfando, então falou para eu ficar com o número dele e tenta ligar novamente mais tarde, e completou: agora, se tu quiser encontrar ele, supostamente hoje a tarde ele estará trabalhando na fábrica, mas a fábrica fica um pouco afastada da cidade. Eu perguntei se tinha alguma maneira de chegar lá e ele falou que sim, de ônibus. Anotei a direção toda certinha, mas como tinha que matar um tempo resolvi que iria procurar um kebab barato para matar a fome.
      Bom, acho que por hoje é suficiente... Falar em Kebab está me dando fome, vou almoçar. Hehehehe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário