domingo, 19 de setembro de 2010

Dois mundos...


Quando resolvi criar esse blog o meu intuito era realmente escrever todos os dias, mesmo sabendo que eu estaria trabalhando para acabar meu filme. Depois de umas duas semanas, percebi que na verdade não consigo. Claro que um pouco pela questão do tempo, afinal de contas um dia deveria ter umas 30 horas, mas este não é o fator principal. O problema na verdade é que, neste momento, no Blog eu estou contando histórias de 5 anos atrás que são bem diferentes das histórias contadas no filme que estou escrevendo o roteiro. Além disso, aqui eu escrevo de uma maneira totalmente livre, e quem estiver lendo pode parar, voltar a ler no dia seguinte, ler novamente, etc. O roteiro é um pouco diferente. Nele eu tenho o desafio de formatar certas histórias de uma maneira em que as pessoas que o assistirem sintam-se instigadas a continuar assistindo, e depois de uma hora saiam da frente da tela com um sentimento de que assistiram algo de verdade, não algo superficial. Não sei se me expliquei direito, mas o fato é que falar de duas histórias tão diferentes e de maneiras tão distintas não é tão fácil quanto imaginei ser, hehehehe. Por isso, para não fazer confusão na minha cabeça, tenho escrito alguns dias aqui e outros o roteiro. Mas chega de enrolar e vamos voltar para a história.

Madri... Nesse ponto da viagem eu fiz uma descoberta muito importante: muitas vezes não importa onde tu está, e sim com quem tu está. Lógico que não estou dizendo que Madri não é um lugar interessante, até porque eu adoro Madri, mas estou dizendo que conheci uma outra Madri, na companhia de dois grandes amigos que conhecia fazia muito pouco tempo, mas que já tinha me apegado muito. Por maior que a cidade seja, naquele momento para mim parecia que a gente tava de volta em Córdoba que era uma cidade minúscula, hehehehe.
O engraçado era que, apesar do Neil ser americano, era ele quem me ensinava espanhol. O combinado era o seguinte: falar em inglês era expressamente proibido, a não ser quando já tava muito tarde da noite e o Neil já tinha bebido e eu já com sono tinha preguiça de pensar para falar em espanhol, então nessas horas a gente se permitia falar em inglês.
Teve um dia que estávamos no albergue eu e o Neil e encontramos dois outros americanos que também estavam fazendo intercambio, porém em San Sebastan, no País Basco, extremo norte da Espanha. Os caras não entenderam nada, conheceram eu e o Neil se matando para se comunicar em espanhol e do nada a gente começa a falar com eles em inglês totalmente fluente. Na cabeça deles não fazia sentido. Se ele era americano e eu falava fluentemente em inglês, por que diabos nos ficávamos nos comunicando com tantas dificuldades em espanhol. Para mim era completamente lógico: eu estava na Espanha e queria aprender a falar espanhol.
Acabou que os caras era muito gente fina, e um dia antes do final de semana acabar um deles começa a fazer propaganda da cidade que morava, San Sebastian. Eu virei para o Neil e lógico já fiz a proposta: Neil, os caras são legais, podemos ficar na casa deles uns dia, porque não ir para lá com eles? Hehehehehehe.
Mas claro que ele jogou um balde frio na minha idéia. Falou que tinha aula da faculdade na segunda-feira e teria que voltar para Granada. Mesmo desanimado, claro que não podia fechar uma porta, apesar de no momento achar que não ia viajar para lá. Ao ver os americanos indo embora eu peguei o telefone deles e falei que quem sabe nos próximos dias eu apareceria pela cidade...hehehehe.
O dia seguinte chegou e junto com ele a decisão: voltar ou não para Granada.  Mas isso deixa para amanhã, afinal: são sete e meia de um domingo, estou morrendo de sono, mas ainda vou fazer uma janta para já ficar pro almoço de amanhã: comida da Indonésia para lembrar os tempos que passei por lá, mas isso é uma outra história.

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