domingo, 3 de outubro de 2010

A procura pelo Carneiro continua...


Depois de muita procura encontrei o ponto de ônibus. Ao entrar no ônibus não me entendi muito bem com o cobrador, mas pressupus que estava indo na direção certa. Não entendi nada foi quando ele me deu vários comprovantes de pagamento, acho que me cobrou umas cinco passagens ao invés de uma, hehehe. É que se na Espanha a comunicação já é difícil com aquele espanhol enrolado no País Basco mais ainda. Eles, na verdade, querem se separar da Espanha, inclusive tem outra língua, que é só deles, e uma daquelas que nem o diabo entende, bizarro. Hehehehe... Bom, no meio desse rolo todo consegui desembarcar mais ou menos próximo da fábrica de pranchas onde o Carneiro supostamente trabalhava. Devo ter caminhado uns 15 minutos e cheguei em um galpão fechado onde não conseguia achar uma porta aberta. Então, comecei a gritar pelo apelido dele e nada. Até que aparece uma pessoa na janela do segundo andar e eu tento me comunicar perguntando pelo cara. 

A comunicação não ia muito bem, até que o cara pergunta em português: tu é brasileiro, né? Ufaa... agora já me sentia mais em casa. Como alegria de pobre dura pouco, o cara disse que o Carneiro não tinha ido trabalhar aquele dia, mas ao mesmo tempo me deu uma força. Disse que um amigo dele e do Carneiro que estava de carro iria para a cidade, e poderia me levar para o lugar da praia onde o Carneiro provavelmente estaria. Lógico que chegando lá ele não estava e eu de volta ao ponto inicial. A única diferença era que a essa altura do campeonato já era tarde o suficiente para ligar para o cara que conheci em Madri, e além disso, o pessoal do trabalho do Carneiro sabia que eu estava a procura dele e tinha meu celular caso o encontrassem. Como não tinha mais o que fazer liguei para o cara. Ele não entendeu nada. Acho que não tinha levado a sério que eu realmente iria até San Sebastia. Acho que ele não me conhecia direito, né? Hehehehe. 

Então comuniquei a ele que iria ao menos passar aquela noite na casa dele, afinal já estava quase escurecendo e eu não tinha onde ficar. Tudo acertado por telefone e lá foi eu atrás dele numa quadra de basquete pública onde estava jogando com seus amigos. De lá fomos ao supermercado comprar ingredientes, pois eu tinha prometido que faria uma comida para nós. Foi aí que o vento soprou ao meu favor. Meu telefone toca, e adivinha quem era? O Carneiro. Lógico! E claro que não entendeu nada.

Eu: “e aíí Carneiro? Então é o Duca, filho da Danda. Estou aqui pela tua cidade. Vim passar uns dias no teu sofá.”
Alguns segundos de silêncio. Imagino eu que para cair a ficha do que estava rolando, e veio a resposta...
Carneiro: “Caramba, Duquinha (como minha mãe me chama)! Tais por aqui?... Então. Eu estou morando num apartamento com a minha esposa e o apartamento é do pai dela... então eu tenho que trocar uma idéia com ela pra saber se não tem problema e tal.”

Lógico que para não ser ainda mais inconveniente, e já que eu estava garantido para a noite, falei para ele ficar tranquilo, que eu dormiria na casa do cara que conheci em Madri e iria aguardar ele entrar em contato comigo no dia seguinte, caso desse tudo errado eu voltaria mais cedo para Granada.

Seguimos para sua casa, fizemos a janta, e fui direto para a cama. Afinal, aquele dia tinha sido meio que de ansiedade, incerteza e tudo aquilo me cansou bastante.

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